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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Empreendedorismo, inovação e captação de recursos

Newton M. Campos
newton.campos@faculty.ie.edu

Empreendedorismo tornou-se uma "disciplina" há pouco tempo. Foi apenas com o início da globalização do sistema de mercado e com o advento da internet que o fenômeno começou a ficar evidente como relevante para os processos de inovação social e econômica. Os empreendedores, não como simples fundadores de organizações, mas principalmente como inovadores em ação, vêm, assim, ganhando ares de estrelas da economia mundial. O assunto passou a interessar a pessoas de diversas idades e classes sociais, trazendo o foco do processo para o principal problema enfrentado por potenciais empreendedores: a captação de recursos. Por sua natureza multidisciplinar, o assunto pode ser abordado desde inúmeras óticas, das quais o professor Newton M. Campos (IE Business School e FGV-EAESP) prefere pesquisar aquelas com vieses práticos e aplicáveis em economias emergentes.

THE LEAN STARTUP: How today's entrepreneurs use continuous innovation to create radically successful businesses
Eric Ries. New York: Crown Business, 2011. 336 p.

Deslocando o foco do processo empreendedor para a execução no lugar do planejamento, esta publicação enfraqueceu ainda mais a importância dos planos de negócio para investidores e empreendedores em potencial. Eric Ries, até então um popular blogueiro sobre o assunto, tornou-se autor de um método que, embora nem um pouco científico (seu "Lean" nada tem a ver com o "Lean Manufacturing", por exemplo), trouxe conceitos extremamente interessantes para o mundo real do empreendimento.

BUSINESS MODEL GENERATION: A handbook for visionaries, game changers, and challengers
Alexander Osterwalder e Yves Pigneur. New Jersey: John Wiley & Sons, 2010. 288 p.

Este livro autopublicado é resultado do trabalho coordenado entre o professor Yves Pigneur, o palestrante Alexander Osterwalder e mais de 470 pessoas que colaboraram para desenvolver uma ferramenta de análise de modelos de negócio abrangente e de simples utilização. Desde então, o proposto Painel de Modelo de Negócio (Business Model Canvas) tem sido adotado em larga escala em todo o mundo, substituindo ou complementando os tradicionais planos de negócio.

O EMPREENDEDOR INOVADOR: Faça diferente e conquiste seu espaço no mercado
Soumodip Sarkar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 304 p.

A maioria dos bons livros sobre empreendedorismo ignora a realidade de muitas economias em desenvolvimento, nas quais normas jurídicas e sociais que promovam a confiança mútua ainda se encontram em seus primórdios. Neste livro, o professor indiano Soumodip Sarkar, radicado em Portugal, utiliza amplos conceitos acadêmicos do empreendedorismo baseado em inovação e em sua experiência com o mercado brasileiro, para apresentar uma perspectiva global, porém adequadamente recortada, sobre o assunto.

EL LIBRO NEGRO DEL EMPRENDEDOR: No digas que nunca te lo advirtieron
Fernando Trías de Bes. Barcelona: Empresa Activa (Ed. Urano) 2007. 192 p.

Este livro aborda o empreendedor de uma ótica diferenciada: ao invés de partir dos empreendedores bem-sucedidos, o professor Fernando Trías de Bes pesquisa os mais de 90% de empreendedores em potencial cujos empreendimentos não chegaram sequer ao quarto ano de vida. O autor desmistifica, assim, o valor da ideia inicial para o êxito de um empreendimento, creditando à automotivação,à flexibilidade e ao improviso o aumento da sua chance de sobrevivência.

THE BUSINESS OF VENTURE CAPITAL: Insights from leading practitioners on the art of raising a fund, deal structuring, value creation, and exit strategies
Mahendra Ramsinghani. New Jersey: John Wiley & Sons, 2011. 432 p.

Com a crescente necessidade de profissionalização do mercado investidor nas economias em desenvolvimento, o livro do professor Mahendra Ramsinghani consegue desmistificar o papel dos fundos de Venture Capital no processo empreendedor, enquanto revela em detalhes o funcionamento desta modalidade de investimento e captação de recursos nos Estados Unidos. O livro mostra-se uma fonte atualizada do que se espera de um projeto para que ele atraia recursos de terceiros.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mulheres de negóciosMulheres de negócios

Aproveitando que ontem foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, é oportuno notar que cada vez mais o empreendedorismo vem sendo considerado como uma opção de carreira consistente para elas. Tal fato foi referendado pelo relatório executivo da Pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), segundo o qual cerca de 40 milhões de pessoas estão envolvidas com alguma atividade empreendedora. Desse total, 19 milhões são mulheres.

Uma das razões que as levam a abraçar a carreira empreendedora é a flexibilidade, algo ainda difícil no mundo corporativo. Isso não quer dizer que ela irá trabalhar menos, muito pelo contrário. No entanto, o fato de ela poder gerenciar a sua rotina ou instalar sua empresa perto de sua casa ou da escola dos filhos faz diferença.

A mulher ainda se culpa mais por não acompanhar de perto a educação dos filhos e o dia a dia deles. Participar da festa na escola, ter ao menos uma refeição por dia com eles e ajudar na lição de casa são atividades importantes para elas, que acabam se ressentindo caso não as exerçam.

Embora haja várias exceções, as empresas também não colaboram muito: todos nós já ouvimos casos de empresas que "pediram" que suas executivas retornassem ao trabalho antes do término da licença-maternidade.

Há outra questão subjacente ao desenvolvimento da mulher empreendedora. Em geral, quando uma mulher melhora sua renda, parte desse montante é reinvestido em seu entorno, na educação dos filhos ou reforma da casa, beneficiando e gerando empregos na comunidade. Por isso, vários programas sociais têm como foco a mulher, pois assim há uma maior probabilidade de mais pessoas aproveitarem os benefícios alcançados.

Infelizmente, os negócios escolhidos por elas ainda são em setores mais tradicionais e tipicamente femininos, como serviços de beleza ou confecção, que não possuem alta escalabilidade (potencial de crescimento). É uma pena, pois as mulheres possuem algumas características que são muito importantes para o empreendedorismo, tais como intuição, capacidade de formar uma boa rede de contatos, comunicação, entre outras.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bsmPpt

Publicado originalmente em 09/03/2014 01h30

Projeto de WhatsApp

A recente aquisição bilionária do WhatsApp pelo Facebook certamente mexeu com a cabeça de empreendedores do mundo todo. E não é para menos! O caminho para chegar até lá acaba passando por várias instâncias, muito embora haja exceções.

Ao iniciar um negócio de tecnologia de informação é preciso utilizar capital próprio ou dinheiro de amigos e familiares, já que dificilmente um investidor coloca dinheiro em uma ideia que ainda está no papel. Esse montante será gasto principalmente para pagar um programador, que hoje são disputadíssimos. Daí a importância de também aprender a programar, como ensinou Jack Dorsey, fundador do Twitter, quanto esteve no Brasil.

O próximo passo é conseguir fazer um bom networking para vender suas ideias. Ir a uma incubadora, aceleradora ou espaço de coworking pode ajudar a conhecer pessoas, investidores e possibilidades de financiamento público a fundo perdido, que podem ser fontes de recursos importantes nessa segunda etapa do negócio. Quem sabe, até um investidor anjo.

Se a empresa tiver bom potencial, com sorte consegue-se mais investimentos de um fundo de capital de risco, uma empresa que investe dinheiro em troca de participação. A partir daí, começa um processo de crescimento acelerado. Esse apoio tem preço: parte da administração acaba sendo exercida pela empresa de capital de risco, principalmente a parte financeira.

Se após esses investimentos a empresa crescer, a próxima fase é a estratégia de saída. Pode ocorrer via a oferta de ações na bolsa, como fez o Facebook, e que é distante para a maioria dos empreendedores brasileiros.

Ou então uma venda, como fizeram o Instagram e o WhatsApp. Nas aceleradoras de Israel, empreendedores criam negócios já pensando em atender determinados clientes, por exemplo, esse pode interessar ao Google, esse outro ao Facebook...

Seja como for, esses conselhos não adiantam se você não tiver um negócio inovador, que realmente reflita o desejo ou a necessidade das pessoas. Por isso, antes de fazer planos mirabolantes, ponha sua cabeça para funcionar até achar a ideia que irá transformar a sua vida.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bmmNZ6

Publicado originalmente em 23/02/2014 01h22

Aprendendo a delegar

Você já deve ter ouvido empreendedores reclamando de que não têm tempo para nada, que tudo na empresa precisa passar por eles, que os funcionários não têm iniciativa própria e que, se ele não estiver presente em todos os momentos, ninguém trabalha na empresa.

Muitas vezes, esses problemas devem-se mais ao empreendedor que se queixa do que a seus subordinados.

É comum, no início do negócio, os empreendedores serem centralizadores, pois muitas vezes trabalham sozinhos e acabam acumulando as principais atividades da empresa, como as vendas, o controle financeiro, o desenvolvimento de produtos, o atendimento pós-vendas, entre outras funções que deveriam ser compartilhadas.

O problema é que, à medida que a empresa vai crescendo, funcionários são contratados, mas o empreendedor continua agindo da mesma maneira, querendo cuidar de tudo e até mesmo atrapalhando o trabalho dos outros.

Uma grande habilidade que todo empreendedor em negócios iniciantes deveria tentar desenvolver é sua capacidade de delegar.

No entanto, para isso, ele precisa tomar alguns cuidados para não se frustrar mais tarde.

Primeiro, é importante saber recrutar os funcionários que têm o perfil para assumir novas tarefas e desafios e que tenham iniciativa para isso.

Além disso, eles precisam ter potencial para fazer mais do que as funções para as quais foram contratados exige.

Feito isso, o próximo passo é oferecer treinamento e, então, começar a delegar aos poucos as tarefas e acompanhar o desempenho deles.

O processo de "feedback" (dar um retorno aos funcionários) também é importante. E aceitar e compreender os erros não intencionais dos subordinados é fundamental para que a delegação seja bem-sucedida.

Elogiar, recompensar e incentivar progressos também faz parte dessa transição.

Para o dono da empresa, a grande vantagem de delegar funções e tarefas é que o empreendedor poderá utilizar parte do tempo que ele gastava em questões operacionais em atividades que são realmente importantes para a sobrevivência do negócio, como a conquista de novos clientes, buscar métodos para inovar mais e maneiras de pensar a empresa de um modo estratégico.

Tente, você não vai se arrepender e seus funcionários irão lhe agradecer.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

FONTE: http://zip.net/bqmPGJ

Publicado originalmente em 09/02/2014 02h19

Antes do Carnaval

Nada pior para um empreendedor do que aquelas semanas iniciais do ano que antecedem o Carnaval. Tirando os proprietários de negócios relacionados às férias, como turismo, por exemplo, para os demais os meses de janeiro e fevereiro são os piores do calendário em matéria de vendas. O que fazer?

A primeira medida é se planejar, ou seja, sabendo que essa época é sempre um mês fraco, provisionar uma parte das receitas dos meses de maiores vendas para cobrir o resultado negativo do início do ano. Assim você evita aquela corrida de última hora ao banco, que irá te cobrar juros altos, como sempre.

Feito isso, aproveite que você não terá muitos clientes para pensar na reestruturação da sua empresa. Esse é um bom momento para dispensar funcionários pouco eficientes, investir no treinamento daqueles com bom potencial ou incentivar alguns deles a tirar férias.

Outra possibilidade é utilizar esse tempo para pensar em como inovar mais. Visite feiras internacionais, já que, no hemisfério Norte, janeiro e fevereiro não são meses de férias e dezenas de eventos são realizadas todos os anos.

Faça contatos com possíveis parceiros estrangeiros, monte uma boa rede de contatos, pesquise novos fornecedores, converse com alguns clientes sobre o que eles estão achando do seu produto ou serviço, busque sugestões. No início do ano, as pessoas estão mais relaxadas e sempre têm um tempinho para responder uma pesquisa ou jogar conversa fora.

Faça uma reflexão sobre o ano que passou. Levante as coisas que deram certo e as que deram errado e tente entender porque isso aconteceu para evitar que as mesmas falhas se repitam.

Ou então aproveite um pouco a vida e vá fazer uma viagem. Desligue-se da empresa e não caia na tentação de dar uma ligadinha para ver como as coisas estão indo.
Se você tiver bons funcionários, eles irão saber resolver os poucos problemas que aparecem nessa época do ano tão bem quanto você. Boa viagem.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTES: http://zip.net/bqmPGJ

Publicado originalmente em 26/01/2014 01h00

Nação start-up

A coluna desta semana foi escrita de Israel, onde me encontro com um grupo de professores, pesquisadores e empreendedores, procurando entender o fenômeno do empreendedorismo neste país, também conhecido como "start-up nation" em função de milhares de empresas iniciantes de tecnologia que o país produziu nos últimos anos.

Ficou clara para nós a importância de uma política pública integrada em prol do empreendedorismo. A base do espírito empreendedor é construída ainda no Exército, obrigatório para a grande maioria dos israelenses ""três anos para homens e dois anos para mulheres.

Nas Forças Armadas, os jovens são expostos a uma série de desafios e desenvolvem habilidades de liderança, tecnologia, trabalho em equipe e tolerância ao risco.

Outra iniciativa interessante é o apoio do governo a incubadoras privadas, em que empresas incubadas recebem US$ 300 mil por ano para desenvolver seus projetos, sendo que 85% do valor é bancado pelo próprio governo.

Mas nada me chamou mais atenção quanto as políticas desenvolvidas para receber e integrar ao sistema produtivo os quase 1 milhão de russos vindos da extinta União Soviética, muitos dos quais cientistas com excelente formação e que tiveram uma contribuição decisiva para que Israel passasse a ser a start-up nation.

Nos anos 80 e 90, pesquisadores brasileiros se revoltavam contra o "brain drain" ou evasão de cérebros, pois muitos pesquisadores brasileiros que concluíam seus doutorados no exterior acabavam não retornando ao país por encontrarem melhores condições de trabalho fora. Hoje, temos condições de atrair mão de obra qualificada, em função da crise na Europa e nos Estados Unidos.

Por isso, causam surpresa os recentes protestos contra a entrada de médicos ou a dificuldade de engenheiros vindos do exterior reconhecerem seus diplomas no Brasil.

Faltam médicos e engenheiros no país e, em vez de desenvolvermos políticas para receber tais profissionais, que levam anos e anos para se formarem, colocamos barreiras inexplicáveis para evitar que trabalhem aqui.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bjmNXx

Publicado originalmente em 12/01/2014 02h09

Empreender em 2014

Insatisfeito com sua vida profissional? Cansado de trabalhar em empresas que prometem mundos e fundos e cumprem muito pouco? Sem muitas perspectivas? Que tal empreender em 2014?

Empreender não é para qualquer um, é certo. Mas para saber se é ou não a sua praia, um bom começo é se inserir nas redes empreendedoras. A maioria das boas faculdades possuem centros que realizam várias atividades, em geral gratuitas, como palestras, competições de planos de negócios, discussão de casos etc.

Há também muitas instituições que apoiam e organizam atividades voltadas ao empreendedor - Fiesp, Fecomercio, Endeavor, incubadoras e espaços de "coworking" são alguns exemplos. Acompanhe a agenda de eventos dessas instituições e participe deles. Em poucos meses você vai conhecer quem é quem no mundo empreendedor.

Você também vai precisar de uma ideia. Uma dica é procurar uma falha no mercado: onde há filas, reclamações e pessoas insatisfeitas há uma possibilidade de negócio. Ou então se inspirar em um modelo que você viu fora do país e tentar trazer para cá -mas não se esqueça de incorporar algum elemento inovador. Você não conseguirá ir muito longe oferecendo um produto ou serviço que outros já oferecem.

Se você não tem certeza do que quer fazer, o melhor é ir com calma, preparando-se. Uma hora você vai ouvir aquele clic, largar tudo e mergulhar de cabeça naquela ideia que tem tudo para dar certo e transformar a sua vida. Ou não.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bmmNZW

Publicado originalmente em  15/12/2013 03h22

Ganhar a Copa

Muitos têm questionado o quanto a Copa do Mundo e a Olimpíada poderão alavancar o os novos negócios no Brasil.

Não há dúvidas que os eventos desenvolverão uma série de empresas, desde os grandes consórcios que participam das construções de estádios até os negócios que fornecerão transporte, hotelaria e outros serviços aos participantes dos jogos.

No entanto, a Copa e a Olimpíada vão durar apenas um mês. A grande maioria dos negócios abertos durante esse período fechará nas semanas seguintes. Não são estes eventos, por si só, que levarão a economia a outro patamar, mas sim, os benefícios que eles podem trazer ao país.

A África do Sul é um bom exemplo. Os anos de Apartheid praticamente isolaram esse país como destino turístico. A Copa do Mundo de 2010 foi uma ótima oportunidade para o país se mostrar uma nação segura, com um povo receptivo e muitas atrações.

O resultado é que, em 2012, o número de turistas em relação ao ano anterior aumentou 10,2%, duas vezes mais que a taxa de crescimento médio do turismo mundial.

Outro exemplo é Barcelona. Os investimentos feitos na cidade por ocasião da Olimpíada de 1992 acabaram a transformando em um dos destinos preferidos de quem vai à Europa.
O Brasil deve aproveitar os jogos para mostrar que é um destino seguro, oferecendo serviços de qualidade. Neste ciclo, o empreendedor tem uma participação importante, ao desenvolver negócios inovadores e criativos, que prestam serviços de qualidade, a um preço justo.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bfmNRz

Publicado originalmente em 01/12/2013 03h00

Social com lucro

Empreendedorismo é um conceito amplo, que abrange diversas possibilidades - empreendedorismo de mercado, corporativo, institucional ou empreendedorismo social.

Empreendedores sociais são os que colocam suas energias em negócios para ajudar a sociedade. Até pouco tempo, organizações não governamentais, que não visavam lucro, se encarregavam disso.

Recentemente, se solidifica o conceito de negócio social. São empresas que, além de acarretar uma série de benefícios à sociedade, também lucram. Um dos primeiros exemplos de negócios sociais é até bem antigo. Trata-se do Grameen Bank, fundado nos anos 1970 por Muhammad Yunus, Nobel da Paz em 2006. Tal banco empresta sem exigir garantias a pessoas carentes de Bangladesh.

No Brasil, podemos citar o Dr. Consulta, clínica médica localizada em Heliópolis, que cobra R$ 60 por atendimento com hora marcada. Outro exemplo é o Saútil, que permite saber em que posto de saúde é possível encontrar determinado medicamento. Já existem instituições que gravitam em torno dos empreendedores sociais, provendo financiamento para que consigam alavancar seus negócios, como faz a Vox Capital.

Escrevo da Dinamarca, onde visitei instituições ligadas a empreendedorismo social. Vale ressaltar a Nydansker, que aumenta empregabilidade dos imigrantes com um programa de mentoria oferecido por executivos. Conselhos simples, como a melhor forma de se portar em uma entrevista, permitem que jovens encontrem emprego. Fica a dica.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bcmNNj

Publicada originalmente em 17/11/2013 03h15

quinta-feira, 13 de março de 2014

Suas 24 horas

Em sua música "Oração ao Tempo", Caetano Veloso já cantava que o tempo é um dos deuses mais lindos. Saber administrar o tempo é seguramente um ponto forte na vida de qualquer empreendedor.

A primeira coisa a se fazer é criar uma lista de tarefas, estabelecendo prioridades: o que é urgente e o que pode ser resolvido a curto, médio e longo prazos. A lista também ajuda a distinguir aquilo que deve ser feito pelo empreendedor daquilo que pode ser delegado. Aprenda a delegar: isso pode ajudá-lo a economizar um bom tempo, além de tornar seus funcionários mais engajados.

O empreendedor deve reservar alguns períodos de sua agenda para atividades que exijam concentração e pedir para não ser interrompido nesses momentos. Isso é fundamental para se pensar em novos caminhos, evitando que os problemas do dia a dia tirem seu hábito de pensar estrategicamente.

É importante também concentrar as atividades que dispersam, como reuniões, visitas ou ligações telefônicas, em determinados períodos. Não utilize o "horário nobre", ou seja, aquele período do dia em que você é mais produtivo, para realizar tarefas simples, como ler e responder e-mails. Faça isto em horários "mortos", como na fila do banco, em uma sala de espera e no taxi.

Por fim, não procrastinar é outra máxima do gerenciamento do tempo. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, caso contrário as decisões vão se acumulando e, quando você menos esperar, vai perceber que sua empresa está indo para um caminho sem volta.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bgmMfn

Publicado originalmente em 22/09/2013 01h11

Pais e Filhos

Você não pagaria uma fortuna por um quadro do filho de um pintor famoso. No entanto, encaramos com naturalidade o fato do filho de um empresário bem-sucedido assumir o lugar do pai na empresa. E é aí que mora o perigo.

A administração é uma combinação entre arte e ciência, ou seja, o bom administrador é aquele que une uma boa base de conhecimentos técnicos -por exemplo, expertise em finanças- e um talento especial para gerir pessoas e recursos. E essas habilidades não são necessariamente herdadas.

Muitas vezes, é a própria família que insiste para que os filhos assumam o negócio, sem ao menos questionar se é isso mesmo que eles desejam.

Será muito mais produtivo, para a empresa e os próprios envolvidos, que os potenciais sucessores sigam sua vocação e a administração da companhia seja entregue a profissionais mais experientes e talentosos. Caberia à família verificar se o negócio está no rumo certo e cobrar resultados.

E mesmo que a vocação dos herdeiros seja para a gestão, é importante que eles trabalhem em outras corporações antes de assumir a própria. Isso vai lhes trazer muito mais confiança e respeito quando o processo sucessório ocorrer.

No caso de haver vários sócios, há sempre o risco de que a morte de um deles acabe fazendo com que herdeiros despreparados participem da gestão. Uma das formas de se evitar isso é a companhia provisionar anualmente recursos para a compra da parte de um dos sócios em caso de morte ou impossibilidade de ele continuar na empresa.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/blmLr0

Publicado originalmente em 20/10/2013 01h30

Poder destrutivo do empreendedorismo

Quando se fala em empreendedorismo, sempre se ressaltam os benefícios que essa atividade traz, como a criação de empregos, o aumento de renda, a melhoria de qualidade de vida, entre outras. No entanto, o empreendedorismo também tem seu lado B.

O economista americano William Baumol foi um dos primeiros a analisar essa vertente. Quando mal gerenciada, a atividade pode ter um caráter muito mais destrutivo do que produtivo.

Um exemplo disso é o turismo, que pode gerar um aumento dos negócios ligados a prostituição, drogas e jogos, causando sérios problemas sociais. Poluição e danos ambientais também são outros subprodutos de estratégias turísticas mal formuladas.

Os grandes traficantes de drogas possuem todas as características básicas de um empreendedor: eles vislumbram oportunidades, estão orientados ao crescimento, inovam e correm riscos.

Quem não se lembra dos empreendedores dos anos 1980 e 1990, que ganhavam muito dinheiro alugando telefones, aproveitando da ineficiência das nossas companhias telefônicas da época? Ou então da lei de reserva de mercado da informática, que tinha por objetivo proteger a indústria nacional de computadores?

O resultado foi que, durante anos, os brasileiros utilizaram equipamentos de péssima qualidade. Embora não tenham um caráter destrutivo, como na questão do turismo sexual ou do tráfico de drogas, tais exemplos se enquadram no empreendedorismo não produtivo, pois o benefício que acabam causando à sociedade é muito limitado.

A qualidade do empreendedorismo de determinado país irá depender do quanto a sociedade reconhece e recompensa determinadas iniciativas empreendedoras.

Por isso, é importante criar um ambiente institucional favorável à prática, com pouca burocracia, mais crédito, impostos mais proporcionais, sistema tributário menos complexo, enfim, "regras do jogo" que irão determinar um tipo de empreendedorismo mais adequado ao país.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bqmMCh

Publicada originalmente em 06/10/2013 03h00

Incube sua empresa

Se você estiver pensando em iniciar um negócio próprio e se tal negócio envolver uma inovação que precisa ser aperfeiçoada, é recomendável que você considere passar algum tempo em uma incubadora. Dados de 2012 da Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) indicam que no Brasil existem 384 incubadoras, que abrigam 2.640 empresas, sendo que 98% delas inovam.

Uma incubadora é uma entidade que oferece suporte para que empreendedores possam desenvolver ideias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso, oferecendo para isso infraestrutura e apoio em gestão. Algumas oferecem espaço físico para que a empresa incubada se instale e inicie suas operações. Já outras, as virtuais, oferecem apenas o suporte e aconselhamento.

No entanto, mais do que um espaço compartilhado, a incubadora propicia um forte networking, já que o incubado terá contato com dezenas de empreendedores que estão na mesma situação que a dele, que certamente irão dividir dicas importantes sobre seus negócios. Além disso, as incubadoras possuem um gestor que pode guiar a empresa na busca por financiamento.

Há no mercado várias linhas disponíveis, sendo que algumas delas, geralmente envolvendo inovação, são a fundo perdido, ou seja, a companhia não precisa devolver o dinheiro recebido.

A maioria das incubadoras está ligada a uma entidade que promove a inovação tecnológica, como por exemplo universidades, escolas técnicas ou institutos de pesquisa, favorecendo a interação entre empresas incubadas e pesquisadores, que as ajudam a inovar e a desenvolver produtos ou serviços mais competitivos.

Se a empresa que você pretende abrir não exige desenvolvimento tecnológico, você pode aderir também aos diversos espaços de "coworking" existentes, no qual a infraestrutura de um escritório é compartilhada entre vários empreendedores, diminuindo gastos com aluguel.

O importante é cortar custos fixos ao máximo, principalmente nos primeiros meses de funcionamento do negócio, em que as receitas são baixas e as necessidades de investimento altas.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bcmLJX

Publicado originalmente em 22/09/2013 01h11

Barre seus rivais

Um dos pontos a que todo empreendedor precisa prestar atenção ao iniciar um negócio é a construção de barreiras de entrada -algo que a empresa desenvolve para evitar que companhias rivais entrem em seu mercado e abocanhem um percentual dos clientes.

Por exemplo, uma patente é uma barreira de entrada, pois vai criar limitações a algum concorrente que planeja desenvolver um produto muito semelhante ao seu.

Outra forma de levantar barreiras é fazer parcerias ou contratos de exclusividade com fornecedores. Um exemplo real é uma empresa de mídia que cria anúncios em caixas de pizza. Antes de lançar o produto no mercado, o empreendedor contatou centenas de pizzarias, conseguindo a adesão exclusiva via um termo de parceria. Caso outra companhia tenha gostado da ideia e pensasse em fazer o mesmo, teria que procurar outra cidade, pois em São Paulo a maioria das pizzarias virou parceira de quem entrou primeiro no setor.

Pode-se também construir uma barreira de entrada por meio do segredo, recurso muito utilizado no ramo de bares e restaurantes. Alguns chefs acabam desenvolvendo algumas técnicas que dão outro sabor ao prato -eles não revelam por nada esses pequenos truques, que fazem toda a diferença. A fórmula da Coca-Cola é outro exemplo de produto que se utiliza do segredo industrial.

Uma licença ou permissão governamental pode ser também uma barreira de entrada, já que conseguir isso é algo difícil, que leva tempo e obriga a empresa a respeitar uma série de normas, tendo que investir dinheiro para tanto.

Isso faz com que algumas pequenas empresas, sem estrutura e com falta de capital, acabem fora desse mercado.

A própria estrutura de custos pode funcionar como um limitante. Se você tiver uma estrutura enxuta, bem azeitada, que lhe forneça uma margem bruta (receitas menos custos dos produtos ou serviços vendidos) satisfatória, facilmente você poderá diminuí-la para enfrentar um concorrente que resolveu se aventurar no seu setor. Ele muito provavelmente terá uma estrutura de custos maior do que a sua, pois não tem a mesma experiência.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bcmLJM

Publicado originalemente em 08/09/2013 02h00

quarta-feira, 12 de março de 2014

Como fazer com que sua empresa seja única

É errado pensar que para montar uma empresa basta uma ideia, um telefone celular e um endereço na web. Com essas ferramentas você até monta, mas em pouco tempo ela vai ser mais um entre milhares de negócios com nenhuma perspectiva de crescimento.

É o que tem ocorrido particularmente no setor de comércio eletrônico, em que as pessoas criam sites para vender todo tipo de produto, sonhando em ser a próxima Dafiti ou Netshoes.

Ok, sonhar não custa nada, mas antes de sair por aí desperdiçando seu tempo e seu dinheiro, vale a pena conhecer a importância de criar recursos para sua empresa.

Um recurso é algo realmente único, valioso e difícil de imitar que uma empresa possui e que é muito difícil para as concorrentes desenvolverem.

Alguns exemplos: um funcionário muito bem relacionado, que sabe o caminho das pedras e sempre dá um jeito para resolver os problemas dos consumidores; um cliente importante, fiel, que acaba ajudando na divulgação do nome da empresa.

Pode ser ainda uma expertise em determinada área técnica, que levou anos para se consolidar e que envolveu diversos pesquisadores, um fornecedor exclusivo de determinada matéria-prima ou um equipamento que só aquela empresa possui.

Uma empresa recém-criada não tem uma história, uma reputação que lhe dê sustentação. É por isso que ela precisa buscar, o quanto antes, recursos que irão garantir sua sobrevivência e crescimento.

A grande maioria das companhias acaba não desenvolvendo isso, oferecendo os mesmos produtos e serviços que os concorrentes.

Nessa situação, o comprador terá um poder de barganha maior, podendo negociar preços. É o que acontece numa feira livre --como a diferenciação entre os produtos é pequena, vende quem tem preço menor, diminuindo sua lucratividade.

Portanto, a dica é botar a cabeça para funcionar e pensar em um jeito de se diferenciar. Visitar feiras, procurar conhecer o que empresas similares fazem em outros países, estabelecer parcerias e estar atualizado sobre as tecnologias de ponta do setor são ações a serem postas em prática.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bhmLTy

Publicado originalmente em 25/08/2013 03h00

Como vender sua ideia de negócio

Uma característica cada vez mais valorizada nos empreendedores é a capacidade de se comunicar, especialmente nos estágios iniciais do negócio --essa habilidade pode ser fundamental para conseguir investidores.

O recente filme "Minha Mãe é uma Viagem" mostra exatamente isso. Seth Roger é um químico inventor que percorre os Estados Unidos na companhia de sua mãe, vivida por Barbra Streisand, na tentativa de conseguir capital para lançar seu produto no mercado.

Ele participa de várias reuniões --o que no jargão empreendedor chamamos de "pitch" de negócios-- cujos resultados são sempre desastrosos. O motivo é ele ter dificuldades de comunicação e não enxergar o verdadeiro valor do seu produto para os clientes.

Apenas quando resolve seguir os conselhos da mãe, uma típica dona de casa americana, é que a coisa muda de figura.

Antes de o empresário sair por aí tentando vender sua ideia, é preciso muita preparação. Em primeiro lugar, é necessário descobrir o verdadeiro benefício que o produto ou serviço oferece ao consumidor, e isso não é óbvio.

O empreendedor deve fazer muita pesquisa e interagir com seus consumidores para descobrir o que realmente eles querem --e muitas vezes nem ele mesmo sabe.

Depois disso, é importante ensaiar muito, primeiro para pessoas de confiança que possam sinalizar se realmente estão entendendo a mensagem que ele quer passar.

Estimular a plateia a fazer questões, por mais estranhas que possam parecer, é uma boa dica para testar o jogo de cintura do empreendedor.

Se for utilizar o PowerPoint, não exagere no número de slides. Nada pior do que o indivíduo que tem 15 minutos para fazer uma apresentação e prepara 60 slides --e ele quer passar todos!

Ninguém consegue absorver nada. Um slide a cada um minuto e meio, dois minutos, é mais do que suficiente.

As apresentações devem ser objetivas, claras, concisas, com pouco texto. Prefira utilizar fotos, gráficos e esquemas. E boa sorte!

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Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bsmLW3

Publicada originalmente em 11/08/2013 03h00

Negócios bizarros

Em se tratando de negócios, a mente humana não encontra limites. Todos nós já nos deparamos com algum negócio estranho, em que não colocávamos muita fé, e que surpreendentemente acabou sendo um grande sucesso.

Um exemplo bem representativo é o bambolê, que virou febre nos anos 60 e cuja história foi retratada em um filme de Hollywood.

Quem poderia imaginar que um pedaço de plástico usado para movimentar os quadris poderia ter feito tanto sucesso?

Um site americano (www.moneycrashers.com/weird-successful-small-business-ideas) traz uma série de ideias de pequenos negócios que, embora estranhas, deram certo.

Aluguel de galinhas, pés de cama que impedem que os percevejos a escalem, serviço de arrumação de casas após festas, privadas para cães, espaço para quebrar pratos e outras esquisitices.

Outros negócios podem ser citados: babás para cães, protetores de dedos para digitação em máquinas cartões de crédito, fraldas para animais, cemitério on-line...

Várias teorias tentam explicar o que leva um negócio a ter sucesso: processo de identificação de oportunidades? Escalabilidade? Modelo de negócios? Planejamento? Pode ser, mas sem dúvida um componente crucial é a fé que o empreendedor tem na sua ideia e o quanto ele está disposto a batalhar para que o projeto se torne realidade.

A maioria dos negócios não dá certo logo de cara. Muitos levam anos até alcançar o sucesso -se não contassem com a persistência de seus empreendedores, não iriam adiante.

É por isso que, muitas vezes, pessoas que não têm formação adequada para serem competitivas no mercado de trabalho acabam sendo bem-sucedidas.

Como elas não têm a opção de arrumar um bom emprego caso o negócio não dê certo, insistem, perseveram por anos, até que em um determinado momento o negócio decola.

Vale lembrar o exemplo do post-it: quem poderia imaginar que um pedaço de papel que cola e descola poderia ter rendido alguns bilhões de dólares?

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/blmK2W

Publicada originalmente em 28/07/2013 01h15

Sempre alerta

Quem teve um cachorro há 20, 30 anos, lembra bem: não havia pet shops em São Paulo -banho, tosa, ração, nem a infinidade de artigos que podem ser encontrados nos shoppings de animais hoje. Naquela época, os poucos artigos disponíveis para cães eram vendidos em aviculturas, entre alpiste e comida para galinhas. Da mesma forma que o mercado pet, vários outros setores passaram por transformações significativas nesses últimos anos.

Montar um dos primeiros pet shops da cidade, identificando uma tendência antes dos demais, e apostar nela, faz diferença. Mas ser o décimo quinto a montar um negócio desse tipo no bairro não irá levá-lo muito longe.

Ser pioneiro tem suas vantagens. Você corre muito mais risco, mas se o negócio der certo você poderá colher retornos significativos.

É a velha lei da proporcionalidade: quanto maior o risco que se assume, maior pode ser a recompensa.

É por isso que o empreendedor deve dedicar parte do seu tempo a prospectar essas tendências.

Isso é fundamental para o negócio prosperar e conseguir vantagens significativas em relação à concorrência.

E como conseguir isso? O empresário deve se disciplinar e desenvolver a capacidade de estar sempre alerta para o que ocorre ao redor. Sabemos que isso não é fácil, pois muitas vezes o empreendedor acaba sendo engolido pela rotina diária dos problemas a resolver.

Procure fazer um exercício semanal reservando um tempo específico para a prospecção de novidades. Assinar revistas internacionais do segmento em que sua empresa atua pode ser uma estratégia para saber para onde seu setor está caminhando. Visitar feiras e eventos pode ser outra. Filiar-se a associações de classe permite criar um "networking" com especialistas do ramo.

Ficar atento ao que ocorre em outros países também pode ajudar, dado o caráter global de nossa economia. Conversar muito com clientes, fornecedores ou parceiros também pode lhe render boas ideias.

Enfim, o que não se pode fazer é ficar parado esperando que seu setor evolua e você seja colocado em segundo plano por seus concorrentes.

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Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bwmLnh

Publicado originalmente em 14/07/2013 01h30

Não passe o aspirador

Bob Caspe, renomado professor americano de empreendedorismo, costuma comentar em suas aulas que o empreendedor nunca deve passar o aspirador na empresa. Na verdade, o que ele quer dizer é que o dono não deve perder tempo com atividades que outras pessoas podem fazer bem, mas, sim, concentrar-se no que realmente é fundamental para o negócio -vender.

Uma companhia não sobrevive sem vendas, mesmo tendo excelentes áreas de finanças, operações ou RH. Ainda mais em uma empresa iniciante, com pouca reserva financeira, o empreendedor deve investir grande parte do seu tempo na conquista de clientes. Mas isso requer estratégia.

Faça uma lista de possíveis clientes que poderiam se interessar pela sua oferta. Entre nos sites deles, conheça seus produtos e necessidades e converse com pessoas que já tiveram contato com essas empresas. A ideia é procurar possíveis necessidades que não estão sendo atendidas.

Também faça "networking", visite feiras e participe de associações de classe frequentadas por potenciais consumidores. Mas não tente realizar a venda no primeiro encontro. O melhor é conquistar a confiança do cliente e isso pode levar alguns meses, dependendo do produto.

Uma vez conquistada a confiança, essa pessoa pode ser fiel à sua empresa por anos, mesmo que seu preço seja maior do que a concorrência.

Mas não se concentre apenas nos novos clientes. É importante não descuidar dos já conquistados. Planeje um bom sistema de relacionamento. É indicado, por exemplo, anotar em uma ficha informações importantes e que causam uma boa impressão se lembrados em uma futura conversa -data de aniversário, características dos produtos comprados, gostos, nome dos filhos...

Outro ponto importante é definir metas e elaborar indicadores para mensurar o seu progresso. Por exemplo, a quantidade mensal de novos clientes pode ser um indicador da proatividade de sua área de vendas.

Já o percentual de consumidores que efetuam uma segunda compra é um indicador que se relaciona ao nível de satisfação deles com seus serviços ou com seu atendimento.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bfmLn9

Publicado originalmente em 30/06/2013 02h00

A hora de largar o osso

Uma das maiores virtudes de um empreendedor é saber quando parar. A saída de um negócio pode se dar por diversos motivos: um deles, o mais frequente, é a falência financeira. Geralmente, o encerramento das atividades por essa razão gera muita frustração, sendo comuns relatos de depressão.

O importante é não esperar chegar ao fundo do poço. Ao perceber que o empreendimento não tem mais jeito, muitas vezes pela adoção de um modelo de negócios deficiente, o melhor a se fazer é fechá-lo e partir para outra.

Dê um tempo, tire um período sabático, volte ao mercado de trabalho, pelo menos até aparecer a próxima ideia. Lembre-se de que, mesmo que a iniciativa não tenha dado certo, é inestimável toda a aprendizagem que ela lhe proporcionou. Isso certamente irá lhe ajudar em seus futuros projetos.

Outro motivo que leva as pessoas a largarem a empresa é o cotidiano da operação -- atender clientes, contatar fornecedores, resolver problemas com banco, contabilidade etc.
Muitos empresários gostam mesmo é de colocar o projeto em pé, encontrar o local, criar o produto, identificar clientes, inovar. Se esse é o seu caso, não queira virar um gestor do dia para a noite. Especialize-se em criar negócios, e, quando o empreendimento já estiver a todo vapor, venda e comece outro. No ramo de restaurantes, isso é relativamente comum.

A perda de motivação, causada por doença ou cansaço, por exemplo, também é um sinal para que o empresário pense em parar. O empreendedorismo exige uma pessoa 100% focada e, muitas vezes, ao insistir em permanecer à frente do seu negócio, você pode prejudicá-lo.

Uma empresa não é parte da sua família: desapegue-se. O melhor a fazer é encontrar um sucessor, contratar um gestor ou até mesmo passar o empreendimento para a frente.
Hoje, já existem no Brasil companhias que intermedeiam a compra e a venda de empresas. Mas lembre-se: se essa for sua opção, é muito importante que a operação apresente lucro, caso contrário a negociação será muito mais difícil e com valores pouco atrativos. Por isso, o melhor é não esperar a situação ficar crítica.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/blmK2z

Publicado originalmente em 16/06/2013 02h00

Como ganhar dinheiro?

Está muito em voga a expressão "modelo de negócios", principalmente depois do lançamento do livro "Business Model Generation" (Alta Books, 300 págs., R$ 99,90). Mas do que se trata esse conceito e qual a sua importância para o empreendedor?

Podemos encontrar diversas definições para o termo, no entanto, da forma mais simplista e compreensível, pode-se entendê-lo com uma pergunta: como você ganha dinheiro?

Creio que muitos já escutaram que os postos de gasolina não faturam vendendo o combustível, já que as margens desse produto são muito pequenas. A receita desses estabelecimentos vem mesmo dos serviços que eles oferecem, ou seja, troca de óleo, lavagem e, principalmente, a loja de conveniência.

Por isso, um bom gerente de posto tem que entender tanto de varejo quanto de gasolina.

O livro "Business Model Generation" relaciona nove itens (segmentos de clientes, proposta de valor, canais, relacionamento com clientes, fontes de receita, estrutura de custos, atividades-chave, recursos principais e parcerias) que podem ajudar o empreendedor a verificar se o seu negócio possui um modelo consistente ou não.

Em caso negativo, o melhor a fazer é "pivotar", ou seja, mudar suas premissas -por exemplo, se o segmento de clientes de pessoas físicas se revelar pouco rentável, pode-se tentar vender para empresas. Ou tentar obter uma parceria estratégica que impacte sua estrutura de custos.

A dica é que o empreendedor procure pensar em um modelo consistente, que permita que a iniciativa cresça e se fortaleça. Por exemplo, um negócio cujo modelo permita receitas recorrentes, como fizeram os fabricantes de elevadores, que obtêm grande parte do faturamento por meio dos contratos de manutenção, em vez da venda do equipamento em si. No entanto, criar um site cuja única fonte de receita é a venda de espaço publicitário já tem pouca probabilidade de sobrevivência.

Não pense, contudo, que encontrar um modelo consistente é tarefa fácil. Muito esforço, muita pesquisa, muita tentativa e erro são necessários até que você ouça aquele "clic", aquela ideia que irá levar o seu negócio a outro patamar.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bbmLGs

Publicado originalmente em 02/06/2013 01h11

Ideias em prática

O empreendedorismo, hoje, está na moda. No entanto, abrir um negócio não é a única opção para extravasar esse seu perfil. Você pode trabalhar em uma companhia e mesmo assim ter atitude de dono de empresa. É o que chamamos de empreendedorismo corporativo.

Cada vez mais, as organizações estão buscando funcionários com esse tipo de talento: pessoas que idealizam um novo produto ou processo e movem mundos e fundos para colocar sua ideia em prática valem ouro no mercado.

O exemplo mais típico é o de Arthur Fry, que há 30 anos desenvolveu o post-it, da 3M. As más línguas dizem que é o único exemplo. Exageros à parte, a verdade é que ainda é muito difícil encontrar companhias com uma cultura que apoie e incentive o empreendedor.

Apesar dessa dificuldade, nada impede que você, como líder de uma área, comece a incentivar essa prática entre seus funcionários. Marque reuniões específicas para ouvir as ideias deles, reconhecendo as melhores. Crie indicadores que mensurem a criação de novos modelos de produção.

Faça com que seus subordinados troquem de tarefas entre si, experimentando novas funções e tendo uma visão mais global do seu setor.

Isso evita a formação dos feudos -funcionários que passam anos e anos na mesma função e não admitem qualquer mudança na condução do trabalho.

Outra ação importante é registrar as sugestões dos funcionários. Talvez hoje elas não sejam viáveis mas, no futuro, com alguma modificação, podem se tornar plenamente factíveis.

É sempre bom lembrar do exemplo de Leonardo da Vinci, que em sua época concebeu produtos como asa delta ou lentes de contato, que seriam viabilizadas alguns séculos depois.

tales andreassi

Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/brmLVP

Publicada originalmente em 19/05/2013 02h00

Cuidado com febre do empreendedorismo

Na semana passada, aconteceu em São Paulo a 3ª Virada Empreendedora. Com um público recorde, inclusive com caravanas de outros Estados, foram realizadas 24 horas de palestras, mesas redondas, exposições e feiras.

É muito interessante acompanhar todo esse movimento em torno do tema, principalmente se lembrarmos que até os anos 2000 o empreendedor era, com algumas exceções, o indivíduo que não conseguia emprego em uma grande organização. Hoje, a situação é bem diferente: alunos do primeiro ano da faculdade já estão trabalhando em seus projetos de start-ups e sonhando em ser o próximo Mark Zuckerberg (o criador do Facebook) ou Romero Rodrigues (Buscapé).

Sonhar não custa nada, mas as coisas não são tão fáceis assim. Como bem disse Jack Dorsey, fundador do Twitter, quando esteve recentemente no Brasil, o jogo é duro e exige um forte preparo técnico de nossos futuros empreendedores. Ele recomendou que os jovens fossem aprender programação antes de abrir uma empresa.

Antes de pensar em iniciar o seu negócio --ou a sua start-up, como está na moda dizer--, vá entender o setor. Quer abrir um restaurante? Trabalhe por um tempo como garçom, chef-assistente, gerente, enfim, um emprego que propicie uma aprendizagem efetiva sobre o assunto, até para você descobrir se é isso mesmo que você quer fazer da sua vida. Ser um chef famoso tem glamour, mas ralar 15 horas por dia, seis dias por semana, todo sábado e domingo, não é para qualquer um.

Outra coisa que está na moda é o empreendedorismo de alto impacto (com empresas que crescem rapidamente). Mas quem disse que você não pode ser dono de um bar de esquina e ser muito feliz? Não precisa inventar um modelo de negócio inovador, nem pensar em um produto escalável, nem criar 10 mil empregos. Basta ter algum diferencial para aumentar as suas chances de sobrevivência. Se o seu perfil é esse, qual o problema?

Antes de tomar essa decisão, procure entender se você está fazendo isso para satisfazer uma real necessidade sua ou simplesmente porque está na moda. Se for pela segunda razão, as chances de você perder tempo e dinheiro são grandes. 

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Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

FONTE: http://zip.net/bcmLh4

Publicada originalmente em 05/05/2013 01h01

Vender não é suficiente

Nos dias de hoje, a impressão que temos é a de que basta alguém ter alguma ideia que envolva a internet para que ela seja um grande sucesso. As capas de revistas estão repletas de exemplos de empreendedores que montaram um e-commerce e ficaram milionários do dia para a noite. Mas as coisas não são bem assim.

Tenho convivido com vários empresários que montaram sites para comercializar produtos pela rede, de todos os tipos e procedências. A grande maioria não consegue efetivar mais do que meia dúzia de vendas por dia, com faturamento que não ultrapassa a casa dos R$ 5.000 por mês.

Mas por que alguns dão certo e outros não? Certamente há diversos motivos, mas um deles, no meu entender, é que as empresas de sucesso integram em seu modelo de negócios as ferramentas e as possibilidades de interação com o consumidor que a internet oferece.

A web não é apenas um veículo para comercialização de seus produtos. As companhias bem-sucedidas nesse meio não vendem sapatos, produtos eletrônicos ou livros, mas, sim, criam algo que as diferenciam perante seu público-alvo.

Desta forma, ao adquirir um livro pela rede, o usuário tem à disposição uma lista de produtos similares que foram comprados por pessoas que optaram pelo mesmo título que ele.

Outro exemplo é a empresa especializada em artigos esportivos que contratou consultores para auxiliar seus clientes durante o processo de aquisição, reduzindo as escolhas erradas e, com isso, o número de reclamações e devoluções.

Antigamente, você entrava em uma loja, comprava um sapato e saía feliz da vida. Hoje, quando usa a internet, exige mais para se tornar um consumidor assíduo.

É preciso que você tenha uma experiência singular, aprenda sobre o produto, conheça itens parecidos, obtenha descontos e não sofra com problemas de entrega -daí a importância de uma logística eficiente e de um bom centro de distribuição.

Por fim, é preciso que o consumidor leve algo a mais, para que ele tenha a sensação de que a experiência valeu a pena e comece a pensar em sua próxima compra. 

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Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/bhmLRq

Publicada originalmente 20/04/2013 23h13

Faça as contas

A grande maioria dos empreendedores tem uma dificuldade enorme de lidar com as finanças de suas empresas. É uma pena, pois um conhecimento ainda que básico sobre o tema poderia evitar a quebra de um bom número delas.

A primeira providência é separar as finanças da empresa das pessoais. Nada mais errado do que utilizar o caixa da companhia para gastos pessoais ou utilizar o estoque em benefício próprio. O melhor é estabelecer uma retirada mensal para os sócios que cubra seus gastos de rotina.

O restante do lucro deve ser reinvestido. Quando a empresa se tornar estável, pode-se pensar em retiradas maiores.

Outra ação efetiva é acompanhar rigorosamente o fluxo de caixa, ou seja, o quanto o negócio tem no banco ao fim de cada dia. Se o saldo for positivo, ótimo, se for negativo, o empreendedor terá que pagar juros ao banco. Como as taxas de juros no Brasil são altíssimas, uma boa gestão nessa área resulta em economia significativa.

Assim, ao negociar com fornecedores, procure conseguir datas para pagamentos em prazos mais favoráveis, após os dias do mês em que o caixa costuma estar mais cheio por causa dos recebimentos ou a da sazonalidade natural das vendas.

Já ao negociar com os clientes, tente antecipar os recebimentos, oferecendo descontos menores do que as taxas bancárias. Se o banco cobra 8% de juros ao mês cada vez que a sua conta fica negativa, você pode oferecer um desconto de 5% para um pagamento à vista ou antecipado.

Por fim, uma boa estratégia é conversar com o gerente do banco e combinar uma linha de crédito especial, com taxas de juros mais baixas.

É importante também que a empresa mantenha um bom controle de suas contas a pagar, evitando atrasos que podem resultar em multas e penalidades. Ter um bom contador, sempre atento às constantes mudanças nas leis, faz a diferença.

Não ache que, pelo fato de você não gostar de finanças, é possível delegar o assunto aos funcionários. Existem diversos cursos sobre gestão financeira. Comece com os mais básicos e, aos poucos, vá se sofisticando. Não é tão difícil assim... 

 

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Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

 

FONTE: http://zip.net/btmLGF

Publicada originalmente 07/04/2013 02h30

Empreendedor juvenil

Antes dos anos 2000, a carreira empreendedora era reservada para aqueles que não davam certo no mundo corporativo, que, por não ter outra opção, acabavam empreendendo. Com a internet, surge a possibilidade de se criar negócios sem grandes investimentos iniciais e com rápido retorno financeiro. Com isso, é cada vez maior o número de jovens que resolveram escolher o empreendedorismo como uma opção de carreira.

Mas até que ponto é valido alguém tão jovem empreender? Não seria melhor trabalhar alguns anos em uma companhia e depois iniciar sua carreira como empresário?

A resposta para essa pergunta não é trivial. Embora o jovem não tenha muita experiência, o fato de ele não ter muito a perder se o negócio não der certo, já que, em geral, esse público é formado por solteiros que moram com os pais e não têm muitos compromissos financeiros, acaba permitindo que eles se arrisquem mais e empreendam.

Além disso, se ele tiver uma ideia na qual realmente acredita, dificilmente vai conseguir ficar muito tempo esquentando a cadeira em uma empresa.

Vale, no entanto, a dica para que, antes de abrir o próprio negócio, os jovens procurem uma oportunidade realmente efetiva, fruto de muita pesquisa com os potenciais clientes.

E que também busquem mentores, empresários mais experientes que possam lhes auxiliar na gestão do negócio. Para isso, manter uma boa rede de contatos é fundamental. 

 

clip_image001Tales Andreassi é mestre pela Universidade de Sussex e doutor em administração pela USP. É professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, onde ensina empreendedorismo e inovação.

FONTE: http://zip.net/bcmLhQ

Publicada originalmente 24/03/2013 05h45