Imaginar soluções empreendedoras para problemas sociais tem sido uma opção crescente dos jovens brasileiros. Mas, na hora de colocar a ideia em prática, muitos ainda esbarram em um ponto fundamental de desenvolvimento: o plano de negócios.
Para ajudá-los a ultrapassar essa etapa e ainda estimular a criação e a implementação das ideias, a FGV-Cenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas) lança o "Transforma Brasil", um competição de plano de negócios sociais aberta a universitários de todo o país, que está com inscrições abertas até o dia 1 de setembro.
Dividido em seis etapas, o programa irá escolher, na primeira triagem, 15 grupos que participarão de um curso de capacitação. Depois, haverá uma avaliação dos melhores planos de negócios sociais, na qual restarão apenas dez concorrentes. Nessa fase, todos terão direito a receber auxílio de mentores. No final, os jurados irão premiar três projetos.
O primeiro colocado terá uma viagem paga para o evento da aceleradora "Ashoka U", que acontece em fevereiro de 2014, nos Estados Unidos, e o segundo e o terceiro finalistas irão conhecer um negócio social na América Latina e no Brasil, respectivamente.
"Os alunos estão cada vez interessados nessa área. Estamos em um momento muito interessante de convergência entre o empreendedorismo tradicional e o empreendedorismo social. À medida que as ideias ficam com mais perfil de negócio do que de ONG, ficamos mais entusiasmados", diz Marcelo Marinho Aidar, 50, coordenador-adjunto da FGV-Cenn.
Além da oportunidade de aperfeiçoar os projetos com base nos feedbacks de avaliadores, mentores e jurados, os participantes serão expostos durante o programa a potenciais investidores.
Para as estudantes de administração pública Maria Flávia Stecca Sartori, 21, e Manuela Lourenço do Amaral, 21, a competição vem de encontro com o desejo que as duas têm de usar o conhecimento acadêmico em um negócio que gere transformação social. "É muito necessário que oportunidades como essa aconteçam para estimular dentro da universidade a opção por outros caminhos", diz Sartori.
Entre os critérios de avaliação que envolvem inovação, impacto social, recursos e competências, Aidar frisa a importância da viabilidade econômica e o potencial de mercado dos negócios.
"Não é só possível fazer o bem e ganhar dinheiro, é também desejável. Porque iniciativas que dependem apenas de doações têm problemas de sustentabilidade financeira a médio e longo prazo. Já os negócios sociais têm maiores chances de se manterem", afirma.
Os interessados devem preencher a ficha de inscrição disponível no site www.transformabrasil.
Públicada originalmente por FOLHA DE S. PAULO: http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2013/08/1328550-fgv-lanca-competicao-de-plano-de-negocios-sociais.shtml